sexta-feira, 18 de março de 2011

Educação e Proteção Social

Rio - O Brasil universalizou o acesso à Educação Fundamental. Nossas crianças estão na escola. Isso é um ganho extraordinário. Precisamos de um segundo passo em direção à inclusão social sustentável para diminuir a evasão escolar, a infrequência e a repetência, mas sobretudo o sentimento das famílias mais pobres de que a Educação não é solução. A escola sozinha não vai conseguir esta conquista, que é uma responsabilidade das políticas de proteção social.

Uma criança que volta para casa com notas vermelhas, suspensão da aula por indisciplina e/ou advertência na caderneta traz junto com estas notícias a sensação de que a escola não é o espaço para se estar; como se o estar na escola fosse apenas tradução de dar trabalho para os professores e aborrecimento para os pais. Em muitos momentos, as notícias trazidas da escola geram conflitos familiares graves, e a criança vira o alvo de ataques por um fracasso que não deve ser atribuído a ela e sim ao processo de vida a que está submetida; uma vida diária marcada por privações, ausências e pobreza.

É por isso que venho defendendo que haja uma equipe de Proteção Social em cada escola, formada por psicólogos, profissionais de Saúde e assistentes sociais que garantam a relação com a família de forma continuada, sempre ressignificando para mães e pais que não existe futuro sem Educação. Uma equipe que saiba mediar a realidade com os professores e traduzir para a família as dificuldades a serem superadas pela criança para que esta avance nos estudos ao invés de deixar a escola.

A aliança entre Educação e Proteção Social é a construção da ponte que pode fazer as famílias no Brasil atravessar o fosso da exclusão social. Políticas sociais devem conviver de forma integradas e não há nada mais importante do que garantir o término do estudo de uma criança.

Marcelo Garcia: Assistente social e coordenador do Núcleo Fluminense de Estudos da Assistência Social

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