O lançamento da coleção “Abrigos em Movimento”, elaborada pela Associação de Pesquisadores de Núcleos de Estudos e Pesquisas sobre a Criança e o Adolescente (Neca) e pelo Instituto Fazendo História, será na terça-feira (1º/03), no auditório da Casa do Idoso.
A coleção reúne relatos de experiências, textos de orientação e reflexão, estudos de casos e depoimentos para a disseminação no país da cultura dos direitos da criança e do adolescente à convivência familiar e comunitária.
Em São José dos Campos, a Neca é parceira da Prefeitura, que por meio da Secretaria de Desenvolvimento Social implantou em 2010 o Siabrigos (Sistema de Informações sobre a Criança e o Adolescente em Abrigos).
Através deste sistema, é possível ampliar o conhecimento sobre a realidade dos cinco abrigos hoje existentes na cidade e traçar o perfil das crianças e adolescentes abrigados e de suas famílias.
A abertura do evento desta terça-feira será às 9h. Em seguida, a SDS faz uma apresentação do funcionamento do Siabrigos implantados nos dois abrigos municipais (masculino e feminino) e nos três conveniados (Casa das Meninas e Meninos, Casa dos Bebês e Lar Salete). Depois será apresentada a coletânea “Abrigos em Movimento”, por representantes da Neca
Espaço para discussão e formação de Educadores Sociais. Solicitação de inclusão pelo e-mail: educadorsocialfundhas@gmail.com
segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011
Coleção “Abrigos em Movimento” será lançada em São José
A importância de garantir o direto a educação!
A educação, direito de todos e dever do Estado e da família (CF, art. 205), reclama atenção especial dos pais, pois estes têm o dever de assistir, criar e educar os filhos menores (CF, art. 229).
Tais normas constitucionais encontram no Código Civil e no Estatuto da Criança e do Adolescente outras disposições, valendo lembrar que aos pais, enquanto titulares do poder familiar, compete-lhes, quanto à pessoa dos filhos, dirigir-lhes a criação e educação (CC, art. 384, inciso I), afirmando o ECA que aos mesmos incumbe o dever de sustento, guarda e educação dos filhos menores (art. 22).
No que concerne à escolaridade, o principal dever dos pais consiste em matricular os filhos na rede regular de ensino (ECA, art. 55), valendo lembrar que deixar de prover a instrução primária de filho em idade escolar, sem justa causa, constitui crime de abandono intelectual, punido com detenção de 15 dias a um mês, ou multa. (CP, art. 246).
Deflui do artigo 129, inciso V, do ECA que os pais, além da matrícula, têm o dever de acompanhar a freqüência e o aproveitamento escolar do filho. O mero colocar na escola não elide a obrigação dos pais, reclamando a lei atuação no sentido de garantir a permanência, bem como no de observar e participar da evolução escolar da criança ou adolescente, avaliando seus progressos individuais e estimulando-os para que o estudo seja-lhes rendoso.
No que tange ao início das aulas, para que o desempenho dos filhos seja mais proveitoso na escola, os pais devem tomar algumas medidas
O principal é os pais darem o exemplo e se envolverem, criando associações positivas com a experiência escolar do filho.
Carlos Arcanjo
sábado, 26 de fevereiro de 2011
sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011
Entrevista com o psicólogo Caio Feijó
Qua, 23 de Fevereiro de 2011 17:44
Durante entrevista ao Imperatriz Notícias, o psicólogo falou de educação, família e adolescência
O psicólogo, especialista em psicologia Clínica, psicoterapeuta de jovens, adultos e famílias, mestre em Psicologia da Infância e da Adolescência pela Universidade Federal do Paraná, professor de Psicologia, Terapia Cognitivo-Comportamental, Desenvolvimento Pessoal, Desenvolvimento Interpessoal e de Mediação (Gestão de Conflitos); Caio Feijó, esteve nos dias 15 e 17 de fevereiro ministrando palestras em Imperatriz para professores que integram o quadro da Educação Infantil da Secretaria Municipal de Educação, Esporte e Lazer (SEMED).
Caio Feijó participou em 2000 do Projeto “Cápsula do Tempo” no Fantástico da Rede Globo, quando realizou um experimento com um grupo de 13 adolescentes com média de idade de 15 anos. Em maio de 2010, a "cápsula" foi aberta e os resultados foram divulgados com a cobertura do Fantástico.
Durante suas palestras com os professores, Caio Feijó explicou que o seu foco é a educação social e não a pedagógica Na ocasião, concedeu entrevista a diversos meios de comunicação e conversou com a redação do Site Imperatriz Notícias.
01- Em um de seus artigos, você afirma que “bulling é uma palavra moderna para um tema antigo”. Você acredita que o bulling sempre existiu?
Sim, sempre existiu! Basta perguntar para os mais antigos sobre os apelidos corriqueiros do passado como "quatro olhos", "rolha de poço", "Olívia Palito", entre outros. As proporções é que não eram como as atuais, hoje, por um lado, a comunicação é muito mais intensa (existe até o siberbulling) e por outro, os jovens se preocupam muito mais em "ter" do que "ser", ou seja, os efeitos desta agressão nos dias atuais parecem ser mais contundentes.
02 - Você afirma também que a “sociedade é coercitiva em todas as suas instâncias”, mas conhecendo a sociedade mesmo assim nos surpreendemos com os casos de bulling, por quê? Será se a mídia tem alguma influência na maneira como reagimos aos casos de bulling?
O bulling só existe porque somos uma sociedade coercitiva, e uma parte da mídia tem grande responsabilidade sim na formação dos jovens, quando faz apologia a "ter" esse ou aquele produto para se diferenciar. Quem nunca ouviu histórias sobre crianças e adolescentes que se deprimem porque seus pais não podem comprar aquele tênis da Nike? Daí na escola, sente-se um nada quando riem do seu calçado?
03- Você afirma em seu artigo sobre bulling : “Pessoalmente, sou a favor de que as crianças dessa idade tivessem como professores, DOUTORES EM EDUCAÇÃO. Os Mestres poderiam dar aula para o ensino fundamental e médio, e os especialistas, para o ensino superior. Acredite, a qualidade da educação só teria ganhos”. Você acredita que a forma como são estruturados os primeiros anos da educação formal esta incorreta?
É muito comum aí pelo Brasil afora, de se encontrar serventes cuidando de crianças do ensino infantil, e até mesmo, fazendo o papel da professora, por falta de pessoal. A linha de raciocínio dos estudiosos do desenvolvimento humano é que: sendo a primeira infância (0 a 5 anos) a fase mais importante da vida, a fase da construção da personalidade, e que determinará quem será esse indivíduo na vida adulta, é lógico que essa criança deveria estar cercada de adultos competentes nesse período. No entanto, não é o que acontece em muitas instituições. A minha posição foi e será, que os educadores dessa população infantil deveriam ter os maiores salários, o melhor preparo e a melhor formação para assegurar futuros alunos motivados para o estudo, disciplinados, inteligentes e afetivos.
04 - Ouvimos muitos estudiosos afirmarem que a educação é umas das principais responsáveis pela mudança da sociedade, mas também vemos que na escola os problemas e disparidades sociais podem se acentuar; como a escola pode atuar na diminuição dos casos de bulling?
Se preocupando um pouco mais com a educação social dos seus alunos, e envolvendo também a família. Têm muita instituição de ensino no país que se limita exclusivamente à educação pedagógica. Quanto mais programas de educação em valores forem instituídos e mais educadores capacitados para desenvolver habilidades sociais de comunicação com seus educandos, e o respectivo envolvimento familiar, menores serão os índices de bulling nas escolas, é simples assim.
05- Em sua opinião, quais os erros e acertados por parte de pais e mães na educação das crianças e jovens atualmente?
Tenho um livro com o título "Os 10 Erros que os Pais Cometem", bom seria se cometessemos sómente 10 erros na educação dos nossos filhos, no entanto há alguns imperdoáveis como a agressão, a rejeição e a superproteção, esta última, produz tantas consequências nocivas como as outras duas no comportamento futuro dos filhos. - Os maiores acertos dos pais são relacionados com a boa referência (exemplos de comportamentos fundamentados em valores), presença e participação ativa na vida dos filhos, muito afeto e estabelecimento de limites. Regras e limites são obrigações familiares des de a primeira infância.
06 - Com o aumento do consumo do crack, cenário que é considerado uma epidemia por alguns especialistas, como a escola e a família ajudar crianças e adolescentes a evitar o vício?
O acesso e primeiras experiências com as drogas pelos jovens estão diretamente associados com insegurança, baixa autoestima, solidão, e a necessidade de ousar e provar (característica própria de muitos jovens). Assim, todas as propostas preventivas deveriam passar por avaliações profundas sobre as caracteriasticas acima dos nossos filhos e alunos. Muito diálogo, participação ativa (presença na vida do filho). Outro fator, é a idéia de que maconha e outras drogas ilícitas são as portas para o consumo de drogas pesadas como o crack, por exemplo. ENGANO, a maior porta é o álcool, uma droga extremamente poderosa no que diz respeito à dependência, no entanto, muitos pais fazem vista grossa para os porres dos filhos e depois não sabem porque ele está usando crack. Recentemente ouví uma conversa entre duas mães de adolescentes após uma festa de 15 anos e, respondendo à pergunta da amiga sobre se os jovens haviam consumido drogas na festa, a mãe da aniversariante respondeu: "eles beberam bastante mas, droga não rolou".
07 - Quais os principais sonhos e desafios dos adolescentes hoje? O que mudou e poderá mudar?
Os resultados do experimento "A Cápsula do Tempo" confirmam que o adolescente não sabe o que quer. Aos 15 anos eles criticam a família, a escola e o professor, muitas vezes, na fila da inscrição para o vestibular ainda não sabem o curso que irão escolher. Isso é historicamente comum, no entanto, qualquer adolescente dirá que não, que ele sabe o que quer da vida. Alguns anos depois quando inquirido, as respostas serão idênticas às do grupo da "cápsula”: "quando se tem 15 anos a gente fala e faz cada besteira!" Aos 25 anos o maior arrependimento é de não ter dado ouvido aos pais e aos bons professores.
O grande desafio da família e da escola é não tentar mudar o jovem e sim tentar compreendê-lo cada vez mais. Tarefa dificílima, nesta era da revolução tecnológica onde muitos jovens têm mais informações do que muitos pais e professores. Precisamos compreender e aceitar que eles são os NATIVOS DIGITAIS e nós, os mais velhos, IMIGRANTES DIGITAIS. A partir dessa postura, a resistência aos mais velhos, natural da fase, tende a ceder, a comunicação ocorre com mais fluidêz e as oportunidades de mudanças poderão ocorrer.
terça-feira, 22 de fevereiro de 2011
quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011
Pedagogia Social
Mais uma vez devido às grandes transformações sociais que ocorrem nas sociedades atuais, uma nova concepção de educação tem sido exigida. Os Estudos da pedagogia social vão ao encontro daqueles sujeitos que historicamente sempre foram excluídos de todo esse processo (Paula e Machado, 2008). Estas questões estão retratadas no próprio documento do Ministério da Educação e Cultura, MEC (Brasil, 2005, p.5):
Enfatiza-se ainda que grande parte dos Cursos de Pedagogia hoje tem como objetivo central à formação de profissionais capazes de exercer a docência na Educação Infantil, nos anos iniciais do ensino Fundamental, nas disciplinas pedagógicas para a formação de professores, assim como para a participação no planejamento, gestão e avaliação de estabelecimentos de ensino, de sistemas educativos escolares, bem como organização e desenvolvimento de programas não-escolares.(grifo nosso) Os movimentos sociais também têm insistido em demonstrar a existência de uma demanda ainda pouco atendida, no sentido de que os estudantes de Pedagogia sejam também formados para garantir a educação, com vistas à inclusão plena dos segmentos historicamente excluídos dos direitos sociais, culturais, econômicos e políticos.Embora ainda haja discussões em torno da formação do profissional Pedagogo ter ou não uma base na concepção de docência, essa dicotomia, no entanto têm em comum em considerar a formação do Pedagogo como base científica. O profissional da educação para atuar em espaços diversos, e também em espaços escolares, precisa saber aprender a refletir de forma crítica, científica e teórica a fim de que possa agir comprometido, competente e responsável com todas as classes sociais e diferentes contextos (Paula e Machado, 2008) . Sobre esse tema Libâneo (2006, p.7) afirma que:
Todo trabalho docente é trabalho pedagógico, mas nem todo trabalho pedagógico é trabalho docente. Um professor é um pedagogo, mas nem todo pedagogo precisa ser professor. Isso de modo algum leva a secundarizar a docência, pois não estamos falando de hegemonia ou relação de precedência entre campos científicos ou de atividade profissional. Trata-se, sim, de uma epistemologia do conhecimento pedagógico. (…) Precisamente pela abrangência maior do campo conceitual e prático da Pedagogia como reflexão sistemática sobre o campo educativo, pode-se reconhecer na prática social uma imensa variedade de práticas educativas, portanto uma diversidade de práticas pedagógicas. Em decorrência, é pedagoga toda pessoa que lida com algum tipo de prática educativa relacionada com o mundo dos saberes e modos de ação, não restritos à escola. A formação de educadores extrapola, pois, o âmbito escolar formal, abrangendo também esferas mais amplas da educação não-formal e formal. Assim, a formação profissional do pedagogo pode desdobrar-se em múltiplas especializações profissionais, sendo a docência uma entre elas.
A pedagogia social só começou a ter produções significativas a partir das últimas décadas, onde esses artigos trazem as incertezas e divergências sobre a estrutura e finalidade da educação não formal e da pedagogia social (Paula e Machado, 2008). Porém todas as discussões concordam em não desvalorizar a escola formal embora discutam os mecanismos excludentes que ela produz a partir dos seus processos formais de aprendizagem.
Uma importante definição de Caliman (2006, p.5)que define bem a respeito da pedagogia social, onde fica clara que ela é uma ciência voltada para as classes sociais populares, argumenta da necessidade de mais estudos sobre as práticas nessa área:
(…) diz respeito á diferença entre Pedagogia Escolar e Pedagogia Social. A primeira tem toda uma história e é amplamente desenvolvida pela didática, ciência ensinada nas universidades. A segunda, a Pedagogia Social, se desenvolve dentro de instituições não formais de educação É uma disciplina mais recente que a anterior. Nasce e se desenvolve de modo particular no século XIX como resposta às exigências da educação de crianças e adolescentes (mas também de adultos) que vivem em condições de marginalidade, de pobreza, de dificuldades na área social. Em geral essas pessoas não freqüentam ou não puderam freqüentar as instituições formais de educação. Mas não só: o objetivo da Pedagogia Social é o de agir sobre a prevenção e a recuperação das deficiências de socialização, e de modo especial lá onde as pessoas são vítimas da insatisfação das necessidades fundamentais. Podemos re-afirmar, portanto, que no Brasil atual a Pedagogia Social vive um momento de grande fertilidade. É um momento de criatividade pedagógica mais que de sistematização dos conteúdos e dos métodos. Em outras palavras, mais que pedagogistas, temos no Brasil educadores que colaboram com o nascimento e o desenvolvimento de um know how com identidade própria, rica de intuição pedagógica e de conteúdos. Ao mesmo tempo nos damos conta de que é chegado o momento no qual precisamos sistematizar toda essa gama de conhecimentos pedagógicos para compreender melhor e interpretar a realidade e projetar intervenções educativas efetivas.
Original ampliado no http://www.abmeseduca.com/?p=1484