terça-feira, 28 de junho de 2011

Para aluno, professor vê homossexualismo como promiscuidade

Houve um tempo em que a escola explicava a reprodução humana somente quando questionada por alunos e ainda usava a "história da cegonha" para cessar a curiosidade estudantil. A crença era de que falar sobre orientação sexual era papel dos pais e não dos professores. De uns tempos pra cá, o cenário mudou. Iniciação sexual, preservação, gravidez na adolescência e até mesmo abuso sexual são discutidos em sala de aula. A situação aparentemente avançada deixa de lado um item: a diversidade sexual. As escolas preferem ignorar a homossexualidade e acabam abrindo espaço para a homofobia.
É o que mostram estudos como a pesquisa feita pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas, que, no ano de 2009, ouviu 18,5 mil alunos, pais, diretores, professores e funcionários de colégios no país. Intitulado Preconceito e Discriminação no Ambiente Escolar, o documento mostrou que 87,3% da comunidade educacional apresenta preconceito homossexual.
Estudante de 17 anos, Paulo Henrique Cânara confirma essa realidade. O aluno de uma escola pública de Campinas, em São Paulo, assumiu sua orientação sexual no ano passado. Segundo ele, foi muito bem aceito pela mãe, mas encontrou dificuldades na escola. "Alguns meninos já tentaram me agredir por eu ser gay, mas minhas amigas me defenderam", conta. Paulo Henrique ainda explica que a discriminação não ocorre somente por parte dos colegas. "Já sofri preconceito de professores também. Eles são muito mal informados e veem a homossexualidade e a bissexualidade como algo promíscuo".
Outro estudo, Revelando Tramas, Descobrindo Segredos: Violência e Convivência nas Escolas, publicado pela Rede de Informação Tecnológica Latino-Americana, também confirma esta realidade. Fazendo uso de uma amostra de 10 mil estudantes e 1.500 professores do Distrito Federal, o documento mostrou que 63,1% dos entrevistados alegaram já ter visto homossexuais sofrerem preconceito e mais da metade dos professores afirmam já ter presenciado cenas discriminatórias. Além disso, 44,4% dos meninos e 15% das meninas afirmaram que não gostariam de ter um colega homossexual na sala de aula.
A hostilidade em algumas escolas é tão grande que obriga estudantes gays a deixarem a instituição. Rafael*, 15 anos, teve que trocar de colégio no início deste ano. O estudante do 1º ano do Ensino Médio de uma escola particular de São Paulo conta que se sentia diferente em relação aos amigos desde criança, mas até então, não tinha se assumido para os amigos, somente para seus pais, havia pouco tempo. Porém, um vídeo seu beijando outro menino foi parar no YouTube durante as férias escolares. "No primeiro dia de aula deste ano, entraram na minha sala e me jogaram purpurina. Fui vítima de bullying diário. Inclusive me proibiram de entrar no banheiro masculino. Preferi trocar de escola", conta.
Foi com o objetivo de mudar essa realidade e diminuir a homofobia nas escolas que o Ministério da Educação (MEC) propôs o "Kit Gay", como ficou conhecido o projeto contra o preconceito sexual voltada para escolas públicas do país. Contudo, a presidente Dilma Rousseff suspendeu-o por considerar os filmes da campanha inadequados. Para Lula Ramires, mestre em Educação pela USP que colaborou com a elaboração do projeto Escola Sem Homofobia do MEC, a decisão foi um retrocesso. "O grande temor da parcela tradicionalmente conservadora e moralista da sociedade é que, ao tratar da diversidade sexual na escola, estaremos incitando ou ¿fazendo a cabeça' de nossas alunas e alunos", afirma.
Para Ramires, a campanha proposta pelo MEC visa somente a informar para que o preconceito seja diminuído e para que estudantes homossexuais não frequentem um ambiente hostil de aprendizado. Em sua tese de mestrado pela USP, o educador entrevistou oito jovens homossexuais que narraram sua trajetória acadêmica. Todos definiram a escola como um verdadeiro "inferno". "Eles sofreram muita violência verbal e física. Um deles, inclusive, teve o braço quebrado pelos colegas", conta.
O também coordenador da associação Cidadania, Orgulho, Respeito, Solidariedade e Amor (CORSA) afirma que o material do ministério tinha outro papel fundamental: universalizar a abordagem do tema nas escolas. "Muitos educadores gostariam de tratar essa temática em sala de aula e não sabem como", diz. Desde 2001, o CORSA realiza projetos de educação continuada para docentes da rede pública, voltados à temática da diversidade sexual na escola.
"Sempre optamos por fazer o trabalho diretamente com educadores, que são multiplicadores naturais: lidam a cada ano com centenas de alunos diferentes", explica. Ramires conta que a reação geral sempre foi muito receptiva. "Na maioria das vezes, os profissionais diziam se ressentir de não ter maior informação sobre o tema, seja na licenciatura que cursaram na faculdade, seja nas formações oferecidas pelas redes de ensino".
Ainda segundo Ramires, a maioria das instituições de ensino opta por não falar sobre homofobia, e o que se vê hoje em dia são ações isoladas de alguns educadores. O professor de história José Carlos Rocha Vieira Júnior, de uma escola pública de Campinas (SP), é um exemplo de quem luta pelo fim da homofobia nas escolas sozinho. Todos os anos, Vieira Júnior distribui para seus alunos uma apostila intitulada Homofobia? Tô fora!, na qual aborda aspectos de diversidade sexual e explica a legislação da Constituição Federal que defende a diversidade acima de tudo. Além disso, o professor também promove, anualmente, uma palestra na escola, na qual profissionais convidados falam com os alunos sobre homossexualidade. Apesar de ter recebido aval da direção do colégio para realizar os dois projetos, Vieira Júnior conta que nunca recebeu apoio dos outros professores.
"Desenvolvo isso em minha escola desde 2004 e nenhum professor de outro período quis abraçar esse projeto que é extremamente simples, direto e que funciona. Professor que não combate qualquer tipo de preconceito não é professor", fala.
Campanhas isoladas também partem dos próprios alunos. O estudante Paulo Henrique conta que passou a sofrer menos com o preconceito quando entendeu a legislação do Brasil sobre diversidade sexual. Para ele, se todos os estudantes fossem bem informados sobre a homossexualidade e a bissexualidade, além da homofobia diminuir, os alunos gays passariam a sofrer menos com "brincadeiras de mau gosto". Por isso, o aluno já propôs uma série de palestras sobre a temática na sua escola e a criação de um grupo de Lésbicas, Gays, Bissexuais e Travestis (LGBT). "A direção do meu colégio já aprovou, e eu devo começar o projeto no próximo semestre", conta.
Preconceito varia conforme nível de escolaridade, aponta estudoLançado em junho deste ano, um estudo realizado pela Fundação Perseu Abramo, em parceria com a Fundação Rosa Luxemburgo Stiftung (RLS), em 150 municípios brasileiros em todas as regiões do País, mostra que a escolaridade é um fator determinante contra o preconceito homossexual.
O estudo tinha como objetivo analisar o comportamento de pessoas com tendências homofóbicas. Realizado entre 2008 e 2009, com 2.014 pessoas, a pesquisa avaliou as diferenças de preconceito entre as regiões, idade da população, renda, religião, entre outras. Nenhuma das variáveis apresentou diferença tão drástica quanto a escolaridade.
De acordo com os dados, enquanto metade dos brasileiros que nunca frequentaram a escola assumem comportamentos homofóbicos, apenas um em cada dez brasileiros que cursaram o ensino superior sentem preconceito por homossexuais.
Para o sociólogo e coordenador da pesquisa, Gustavo Venturi, os resultados mostram que o principal ambiente para combater a homofobia são as instituições de ensino. "O primeiro meio de socialização de uma pessoa é na família, mas ali o Estado não pode intervir. Então, se um pai criar seu filho com tendências homofóbicas vai ser somente na escola - segundo meio de socialização de uma criança - que ele poderá mudar de comportamento. É nos colégios que o Estado deve criar políticas públicas para combater comportamentos preconceituosos", afirma.

Cartola - Agência de Conteúdo - Especial para o Terra

Um arco-íris de cores e gêneros em uma escola

por Mario Osava, da IPS
São Paulo, Brasil, 27/6/2011 – Há três anos não ocorre gravidez precoce entre as adolescentes que frequentam a Casa do Zezinho, um centro educacional e cultural que acolhe 1.500 crianças e jovens pobres que vivem em favelas da zona Sul de São Paulo. Uma dramatização radical nos painéis de educação sexual ajudou a prevenir esse fator de deserção escolar e a alimentação da pobreza. Há três anos, formou-se um grupo de casais de “grávidos”, com elas e eles tendo de carregar próteses de plástico simulando uma barriga em crescimento.
Mario Osava /IPS
Meninos e meninas aprendem a arte do mosaico na Casa do Zezinho.Enquanto estavam grávidos, os casais, com idades entre 15 e 20 anos, tinham de se privar de atividades que normalmente as gestantes evitam, como jogar futebol, algo muito frustrante para os “grávidos”. Tampouco podiam nadar na piscina que integra os 3.200 metros quadrados de construção da Casa do Zezinho, ou praticar outros esportes.
“Podiam apenas praticar ioga”, conta, divertida, à IPS Dagmar Garroux, fundadora e presidente da instituição, a quem todos chamam de tia Dag. Depois de nove meses, os adolescentes ficaram livres do grande volume ventral, mas, então, tiveram que cuidar do bebê, um boneco de papel machê feito por eles mesmos. Amamentá-lo, dar banho, trocar fraldas… Todas as tarefas de uma jovem mãe. Continuaram sem poder ir a bailes e festas na instituição, como acontece com as adolescentes das favelas, disse Dagmar. Com essas e outras iniciativas criativas “rompeu-se o ciclo da gravidez precoce” e se estimulou o uso de preservativos, acrescentou.
São numerosas e variadas as atividades dessa organização não governamental, com sede em um pequeno bairro de classe média encravado entre as favelas de Capão Redondo, Jardim Ângela e Santo Antonio, conhecidas por sua violência e que integram uma subprefeitura com mais de meio milhão de habitantes. A gravidez precoce nesse local se converte em uma forma de afirmação para muitas adolescentes oprimidas e sem oportunidades, e é comum nesses bairros um elevado índice de mulheres que cuidam sozinhas de suas famílias, a violência sexista, baixa escolaridade e criminalidade vinculada ao tráfico de drogas.
Entre 2000 e 2009, o Brasil reduziu em 34,6% a gravidez precoce, quando passavam de 444 mil. Mas os partos de moças entre dez e 19 anos ainda representam um quinto do total no país, segundo o Ministério da Saúde. Dagmar chegou ao lugar para viver e trabalhar quando era uma pedagoga descontente com o ensino convencional, “tonto, parado no Século 19”, que a fez mudar de escola “a cada três meses”, e em 1994 criou a Casa do Zezinho.
Ela promove o que chama de Pedagogia do Arco-Íris, que rege as atividades, destinadas a estudantes das favelas vizinhas, e se fundamenta no tratamento igual a todos, sem distinção de gêneros e entre os que aprendem e os que ensinam, seguindo a linha de que educar é amar e compartilhar. No dia em que a IPS esteve no local os educadores ressaltaram que não fazem diferença entre meninos e meninas, nem medem o aproveitamento por gênero, já que sua meta é reforçar sua autonomia e personalidade, algo revolucionário em uma comunidade onde vivem muitos pais para os quais “é uma perda de tempo” suas filhas se educarem.
Dagmar teve de convencer muitas mães de que somente com o estudo suas filhas teriam vida melhor do que elas e oportunidades iguais às dos homens, embora depois comente que não são tão iguais, em um país com estereótipos sexistas intensos. “Mas a oportunidade de sair do ciclo de violência, submissão e empobrecimento será muito maior para elas”, destacou Tia Dag, que se tornou especialista em distinguir os sinais de violência ou abusos sexuais das meninas e que, junto com sua equipe e assistentes sociais, promove soluções e terapia para agressores e agredidos.
Na escola informal há 1.200 jovens de seis a 21 anos, aos quais se somam 300 “jovens adultos” que frequentem cursos noturnos. Outros dois mil candidatos aguardam por uma vaga na instituição, onde um dos requisitos é que os escolhidos também estudem em uma escola regular. “Aguçar os cinco sentidos” é uma das bases da pedagogia de Dagmar, porque “sem todos os sentidos aguçados não se educa”, explica. Por isso, artes, esportes, cozinha, junto com muito afeto, são prioridades na Casa do Zezinho. “Sem arte também não se educa, apenas se forma tecnocratas”, ressaltou.
Os estudantes se dividem em sete séries, cada uma identificada por uma cor do arco-íris. As crianças de seis a oito anos começam na Sala Violeta e avançam para às salas Jeans, Mares e outras, conforme crescem, concluindo na Sala Coração, para idades entre 16 e 21 anos. Os cursos noturnos permitem continuar na Casa depois. Muitos voltam ou ficam na instituição como monitores, educadores ou funcionários. Dos que trabalham no local, 60% são “ex-vizinhos”, explicou Dagmar. Um deles é Agenor Mendes, responsável pelo setor de artes. Morador em Santo Antonio, entrou na Casa em 1999, com 14 anos, saiu em 2004 e voltou a ela em 2009, como educador.
Formado em artes visuais e com trabalhos em fotografia artística, tem versatilidade para orientar crianças e adolescentes em pintura, desenho, tapeçaria e uma grande variedade de artes. “Fazemos reciclagem, a obra se define pelo material disponível, sejam retalhos de tecido, madeira ou revistas velhas”, disse à IPS. O curso de mosaico reúne muitos adolescentes em outra sala. Na música, a instituição dispõe de uma orquestra que se apresenta nas favelas vizinhas e teatros distantes, e conta com um estúdio de gravação. “Músicos formados aqui ensinam em outros projetos e na Universidade Livre de Música ou tocam em orquestras”, contou Dagmar.
Capoeira, dança, teatro, aula de informática, cozinha ou horticultura agitam crianças e adolescentes pelo prédio de três andares, de salas irregulares, corredores e escadas nada assimétricos, que se expandiu de maneira improvisada, aos poucos. O alvoroço de centenas de pessoas em várias atividades ocorre em um clima distante das tensões “Não temos professores, mas mediadores”, definiu Dagmar, para explicar as relações horizontais entre todos. A igualdade de gênero é prática permanente, assegurou.
Os rapazes aprendem desde crianças a tricotar manualmente e participam em grupos de dança, enquanto os homossexuais não sofrem discriminação. Um travesti frequenta normalmente as atividades da instituição, citou como exemplo. Graças à instituição, as próprias jovens estão assumindo publicamente sua homossexualidade, algo ainda difícil em seu contexto de vida, segundo o jornalista Saulo Garroux, que aderiu integralmente ao projeto de Dagmar, sua mulher. Trata-se de uma organização de referência em sua área de atuação, muito respeitada, afirmou Andrea Cruz, psicóloga do Instituto Herdeiros do Futuro, que ajuda vítimas da violência nas favelas da região. Envolverde/IPS(IPS)

Solicitação de Bolsa de Estudo para 2º sem / 2011 - de 14 a 22/7/2011

Prezados(as),Informamos que o período de solicitação de Bolsa de Estudo dos funcionários da Fundhas para 2º semestre/2011, será de 14 a 22 / 7 /2011, por meio do formulário "Solicitação de Bolsa de Estudo" - DRH 40 (formulário frente e verso), extraído do site: http://qualidade.fundhas.org.br
É imprescindível que o próprio funcionário entregue o processo com a documentação completa no Serviço Social da Seção Saúde e Benefícios até a data limite citada acima, lembrando que o setor atende das 7h30 às 15h30.Estamos à disposição para sanar dúvidas.Atenciosamente, Agnylze e SandraComissão de Bolsa de Estudos
***Sugerimos a leitura do Programa de Bolsa de Estudo, no Site da Qualidade, em virtude das alterações recentes***

sexta-feira, 10 de junho de 2011

Fundhas abre inscrições para processo seletivo de docentes

Inscrições começam nesta segunda (13) para processo seletivo com vagas para professores licenciados em diversas disciplinas

Dos dias 13 a 17 de junho, das 08h00 às 11h30 e das 13h00 às 16h30, a Fundhas (Fundação Hélio Augusto de Souza) estará com inscrições abertas para o processo seletivo para professores licenciados em pedagogia, ciências físicas e biológicas ou ciências (habilitação em biologia), geografia, história, educação artística ou artes, matemática, educação física e letras para lecionar no projeto EFETI (Escola de Formação em Tempo Integral) Álvaro Gonçalves, Moacyr Benedicto de Souza e Rosa Tomita.

Os salários variam entre R$ 1.574,37 e R$ 2.001,04 pela jornada de no mínimo 200 horas/aula e no máximo 220 horas/aula mensais.

Os interessados poderão se inscrever na Sede da Fundhas, situada à rua Santarém, 560 – Pq. Industrial, apresentando obrigatoriamente a cópia do documento de identidade, currículo, cópia do diploma e histórico escolar, cópia de documentos que comprovem a formação indicada no currículo, carta de intenção manuscrita, justificando o seu interesse pelo projeto e foto 3x4 recente.

O processo seletivo será feito em duas etapas: a primeira constituída pela análise do currículo e avaliação da carta de intenção do candidato e a segunda etapa, feita por candidatos pré-selecionados na etapa anterior, será formada por uma produção escrita seguida por uma entrevista. A contratação será feita por tempo determinado.

Informações completas, no edital disponível no site: www.fundhas.org.br

Sobre as EFETI’s

Uma parceria entre Secretaria da Educação e Fundhas, é um projeto de educação em tempo integral que visa diversificar o currículo do ensino fundamental com ações inovadoras em múltiplos espaços educativos, por meio da ampliação da carga horária escolar.

A Fundhas é uma instituição sem fins lucrativos, mantida pela Prefeitura de São José dos Campos que atende crianças e adolescentes, de 7 a 18 anos, em diversas unidades regionalizadas.

domingo, 5 de junho de 2011

Juventude e Emprego: Educar para qual Trabalho?

INFORMAÇÕES GERAIS

Local: Centro de Convenções da UNICAMP
Data: 15 de Junho de 2011
Horário: Das 9h às 17h

Informações Adicionais:

Secretaria de Eventos – FE/UNICAMP
eventofe@unicamp.br

SOBRE O EVENTO

Educação, escolarização, emprego, desemprego, trabalho de jovens, o que se estuda e pesquisa?
Mudanças ocorridas nos últimos vinte anos na sociedade brasileira, de forma contundente nos campos do Trabalho e da Educação, foram estimuladas pelas instituições reguladoras supranacionais, bem como pelos Estados-Nação. A implementação de uma nova lógica no processo de acumulação significou mudanças que atingiram o mercado de trabalho, provocando novas questões sociais, especialmente para a juventude, que podem ser traduzidas pelo crescente desemprego e pelas novas configurações do trabalho.
Assim, este fórum tem como propósito o debate de experiências e de resultados de pesquisas, que abordam a temática Juventude e Mundo do Trabalho, voltando-se para a reflexão sobre os processos de qualificação/formação e inserção de jovens nas relações de trabalho, destacando o emprego, o desemprego, o trabalho precário, observados em vários contextos, tais como as políticas públicas que foram construídas para jovens, na tentativa de reduzir os índices de desemprego neste segmento.
O mercado de trabalho e a inserção profissional de jovens são cada vez mais difíceis, se compararmos com o passado. O que dizem as pesquisas? Quais são as condições de inserção profissional dos jovens que saem do ou que ficam no sistema educacional? A qualidade da inserção varia de acordo com o nível de escolarização, com o local de moradia, com o sexo, a cor/etnia, a classe social e com a participação em redes sociais (igrejas, ONGs, grupos culturais, etc.). Para os sem escolarização, o que sobra no mercado de trabalho? Estas questões orientam a organização do Fórum, que pretende refletir sobre os desafios que se colocam para os professores que trabalham na formação da juventude.

Objetivos

O objetivo geral deste fórum é discutir as transformações ocorridas na sociedade brasileira, de forma particular nas (inter)relações estabelecidas entre os campos do trabalho, da educação e da(s) juventude(s). Para tanto, propomos ampliar o debate quanto:

  • às condições de inserção profissional dos jovens que saem ou que permanecem no sistema educacional;
  • às relações entre a qualidade da inserção no mercado de trabalho e a condição de classe, sexo, cor ou etnia e participação em redes sociais;
  • às condições de inserção profissional e busca de escolarização de jovens mulheres, sem ou com pouca escolarização, em projetos de geração de renda;
  • à lógica que opera as políticas públicas de emprego para jovens no Brasil , na última década, especialmente aquelas que compreendem a formação como garantia de acesso ao mercado de trabalho;
  • à participação político-sindical de professores, jovens, mulheres que trabalham em instituições públicas de educação.

Além disso, pretende-se proporcionar, através da exposição de livros no local, o conhecimento daqueles que se relacionam com o tema do fórum, aproximando os participantes dos autores.

PROGRAMA

MANHÃ

9h – Abertura Oficial

Edgar Salvadori De Decca – Coordenador Geral da Unicamp
Sergio Antonio da Silva Leite – Diretor da Faculdade de Educação da Unicamp
Cecília de Godoy Camargo Pavani – Departamento de Educação da RAC
Antonio Carlos Rodrigues de Amorim – Presidente da ABL
Aparecida Neri de Souza – Gepedisc / FE / Unicamp

9h30 às 10h30 – Mesa Redonda: Jovens, mercado de trabalho e educação

Coordenação: Neusa Maria Mendes de Gusmão (Antropóloga, Professora Titular, Gepedisc / Decise / FE / Unicamp)
Expositores:
Claudia Mattos Kober Tempo de decidir: produção da escolha profissional entre jovens do ensino médio (Professora Doutora, Universidade Anhembi Morumbi)
Fernanda de Araújo MandettaDa ONG para o trabalho? Escolarização, trabalho e trajetórias de jovens de classes populares de Campinas/SP(Mestre, professora de história em escola pública estadual, Campinas/SP)
Julio César Ferraz AmstaldenPor trás da cena: caminhos de inserção profissional de jovens com formação superior em música (Doutorando, Professor, Universidade Metodista de Piracicaba)

10h30 às 11h – Intervalo para café

Roda de autógrafos com os autores de livros relacionados à temática do fórum

11h às 12h30 – Debate

Debatedoras:
Liliana Rolfsen Petrilli Segnini (Socióloga, Professora Titular, Gepedisc / Decise / FE / Unicamp)
Márcia de Paula Leite (Socióloga, Professora Titular, Gepedisc / Decise / FE / Unicamp)
Helena Maria Sampaio (Antropóloga, Professora Doutora, Gepedisc / Decise / FE / Unicamp)

Discussão com plenária

12h30 às 14h – Almoço

TARDE

14h às 17h – Mesa Redonda: Políticas, trabalho e educação

Coordenação: Ana Lúcia Goulart de Faria (Pedagoga, Professora Doutora, Gepedisc / Decise / FE / Unicamp)
Expositores:
José Humberto da SilvaPolíticas públicas de emprego para jovens no Brasil: lógicas e interesses em confronto (Doutorando, Professor, Universidade do Estado da Bahia)
Amarildo CarnicelJornal comunitário e a inserção de jovens no mercado de trabalho: resultados de projeto realizado em Campinas (Doutor, Jornalista, Pesquisador, Centro de Memória da Unicamp)
Carolina Orquiza CherfemMulheres nos empreendimentos de economia solidária: avanços, desafios e a tentativa de escolarização na busca por qualificação para o trabalho (Doutoranda em Educação, FE – Unicamp)
Joseane Maria Parice BufaloA construção da carreira docente na educação infantil através da luta sindical (Doutora, Professora educação infantil, Rede Municipal de Campinas/SP)
Debatedoras:
Olga Rodrigues de Moraes von Simson (Socióloga, Professora Doutora, Gepedisc / Decise / FE / Unicamp)
Elisa Angotti Kossovitch. (Filósofa, Professora Doutora, Gepedisc / Decise / FE / Unicamp)
Selma Borghi Venco (Socióloga, Professora Doutora, Gepedisc / Decise / FE / Unicamp)

Discussão com plenária

17h – Encerramento

ORGANIZADORES:

Grupo de Estudos e Pesquisas sobre Educação e Diferenciação Sociocultural (Gepedisc), Departamento de Ciências Sociais na Educação (Decise) Faculdade de Educação, Unicamp
A organização deste Fórum está sob a responsabilidade do Grupo de Estudos e Pesquisas sobre Educação e Diferenciação Sociocultural. O Gepedisc constitui um espaço de aglutinação de pesquisadores, professores, estudantes do programa de pós-graduação em Educação e estudantes de graduação interessados nos estudos e nas pesquisas, numa perspectiva das ciências sociais, sobre as diferenças sociais e culturais, considerando as relações sociais de classe, gênero, etnia, geracional nos processos sociais, com destaque para os educacionais. Nesta direção, categorias sociais como jovens, mulheres, negros, indígenas, crianças, migrantes, trabalhadores são estudados nas dimensões sociológicas e ou antropológicas. As mudanças nas relações e no mercado de trabalho na sociedade moderna e contemporânea, em diferentes setores da economia, são pesquisadas. O grupo reúne, portanto, sociólogos, antropólogos e pedagogos, que estudam infância, juventude, trabalho, migrações, educação não formal, relações entre educação e trabalho, relações de gênero, movimentos sociais. Neste fórum, estão presentes os professores membros do Gepedisc, tanto na coordenação das mesas como debatendo com os expositores; assim como os mestres e doutores formados por estes professores, apresentando seus estudos e pesquisas sobre o tema – Juventude, Trabalho e Educação – proposto para o Fórum.
Coordenadoras do Gepedisc: Aparecida Neri de Souza e Neusa Maria Mendes de Gusmão.
Sitio do Gepedisc - http://www.fe.unicamp.br/gepedisc

ALB – Associação de Leitura do Brasil
A ALB – A Associação de Leitura do Brasil é uma sociedade científica sem fins lucrativos; legalmente instituída desde novembro de 1981, em Campinas, com o objetivo básico de lutar pela democratização da leitura no contexto brasileiro. A ALB congrega todas as pessoas que estão interessadas no estudo e discussão de questões relativas à leitura - pesquisadores, professores de todos os níveis, estudantes universitários, bibliotecários, jornalistas, editores, livreiros, historiadores etc. Sua intervenção se faz mediante: realização de Congressos, dentre os quais se destaca o COLE (Congresso de Leitura do Brasil), realizado bianualmente na UNICAMP, e o Seminário Nacional “O Professor e a Leitura do Jornal”; estímulo à organização e implantação de grupos regionais de estudos e pesquisas, apoiando seus trabalhos e facilitando a troca de experiências; dinamização da Roda de Pesquisadores da ALB; publicação de livros, revistas, cadernos e boletins, nos quais não apenas se expressam os pontos de vista da ALB, mas os dos estudiosos da questão.
Site da ALB: http://www.alb.com.br

RAC – Rede Anhanguera de Comunicação
A Rede Anhangüera de Comunicação é constituída por um complexo multimídia que envolve os jornais Correio Popular e Diário do Povo, Notícias Já, a Revista Metrópole, Gazeta do Cambuí, Gazeta de Piracicaba, Gazeta de Ribeirão, o portal Cosmo /on line/ e a Agência Anhangüera de Notícias, além da empresa Grafcorp. Atende a um mercado de mais de cinco milhões de consumidores que tem Campinas como cidade principal. Desde 1992, através de seu Departamento de Educação, desenvolve o programa Correio Escola, pioneiro no Estado de São Paulo, promovendo o prazer da leitura em salas de aula mediante o uso de jornais.
Sites da RAC: http://www.rac.com.br e http://www.cosmo.com.br/

INSCRIÇÕES ABERTAS
"Fórum Permanente de Desafios do Magistério"

( As Inscrições se encerram no dia 14/06/2011 as 11:00)




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